CHEGOU O MOMENTO DE COLOCAR NA CRECHE OU NA ESCOLINHA, e aí? (Relação família e escola)
Mas é possível integrar as
necessidades relacionais das crianças e o pleno desenvolvimento infantil com as
atuais necessidades da família moderna?
Pensar a sociedade contemporânea e
todas as demandas sociais que é exigida das famílias, a educação dos filhos
ampliou-se em novos desafios a serem divididos dentro e fora de casa em outros
ambientes como a escola.
Cada vez mais cedo as crianças entram
nas escolas. Por um lado, pela necessidade de haver um espaço seguro em que
pais e mães possam deixar seus filhos para suas atividades particulares e,
também pela maior conscientização atual da importância da educação infantil em
ajudar os pequenos na aquisição de novas habilidades e competências além da
ampliação do universo de socialização que será dividido com novas pessoas além
de familiares.
No segmento da Educação infantil em
seus diversos estágios tudo deve ser pensado e planejado para o pleno
desenvolvimento social, afetivo, físico e cognitivo da criança. Ou seja, a
criança e sua inteireza devem estar alinhadas às suas necessidades e novas
demandas que se ampliam de maneira exponencial nos primeiros anos de vida.
A família, por sua vez necessita de
muito respaldo por parte da equipe escolar para lidar com as duas principais
necessidades em matricular a criança na educação infantil: Dividir a
responsabilidade e enriquecer o universo de estímulos cognitivos além da necessidade em contar com o apoio de um espaço seguro e confiável para acolher
seus filhos. Essas duas prioridades estão amplamente interligadas.
Para
entender um pouco mais a visão que foi se desenvolvendo no Brasil sobre o
segmento da educação infantil é importante conhecermos como foi o processo
evolutivo das chamadas “creche”.
No
Brasil o segmento de creches surge após a crescente urbanização do século XX.
Foi claramente uma forma de criar um espaço especifico para que as operárias
deixassem seus filhos durante o período de trabalho para que fossem cuidados. O
cuidar era a característica mais específica destes lugares em que as crianças
ficavam horas longe de suas mães.
A
partir dos anos 80 houve uma crescente preocupação para que os espaços das
creches fossem entendidos como um espaço para o desenvolvimento global da
criança desde as primeiras faixas etárias e o termo educação infantil passou a
ser defendido e o conceito passou a ser ampliado. A educação infantil deveria
atender o pleno desenvolvimento da criança nos âmbitos afetivo, físico, social
e cognitivo do educando, pautada em uma pedagogia especifica para voltada para
esse público “pré-escolar”.
Com
o objetivo de oferecer parâmetros para a manutenção e a criação de novas
instituições de Educação Infantil e uma inserção mais democrática e universal
das crianças nesta faixa etária, muitas leis foram pensadas e aprovadas durante
esses anos.
Mas
quando falamos dos primeiros estágios da educação infantil, muitas vezes a
visão da sociedade ainda está pautada na ideia de que a creche é o espaço em
que o bebe e os mais pequenos devam ser cuidados. Um cuidado que seja tal qual
uma extensão de seus lares. Embora seja sabido que a afetividade na relação com
as crianças desta idade seja muito importante, bem como muito dos cuidados são
os de trocar fraldas, dar banho, alimentar, pegar no colo, ação educadora vai
além.
E a escola, a creche pode e deve oferecer
cuidados, mas antes de tudo proporcionar à criança uma programação que atenda seu
crescimento e sua relação com o mundo. A creche estimula não apenas socialmente
(por propiciar um lugar em que seu filho irá interagir com mais crianças e
adultos fora do âmbito familiar), mas todos os cantinhos e atividades são pensados
para que o pequeno desenvolva todas as suas potencialidades.
E
para que isso aconteça família e escola devem estar muito bem alinhadas nos
objetivos a serem alcançados. A comunicação vai além da agenda e o trabalho
estende-se da escola para casa (com as novas habilidades e competências
adquiridas no espaço da creche que deverão estender-se para momentos em casa) e
da casa para escola, pois cada criança chega repleta de hábitos e costumes que
a cerca desde o nascimento e que é particular de cada família e da
individualidade de cada criança.
O
diálogo família e escola nesta fase da educação infantil é imprescindível e o
laço criado deve estar alinhado e pautado na confiança e respeitos mútuos. As
ações educativas saudáveis que não estabeleçam diálogos com todos os envolvidos
nos percursos de vida da criança estão repletas de erros e possíveis equívocos.
É preciso manter a coerência e harmonia nos cuidados oferecidos à criança em
casa e na creche.
Criaremos
aqui, um espaço para pensar essa rica relação entre a creche (educação
infantil) e os pais e cuidadores. Levantar temas que estão atrelados no
desenvolvimento da criança em ambos os espaços e, também estabelecer a linha
tênue que separa o papel fundamental da escola e da família.
Esperamos
que os temas enriqueçam o repertório de conhecimento de professores,
coordenadores, cuidadores e famílias com um único propósito: estabelecer um
maior vínculo entre esses dois espaços essencial neste momento da vida da
criança.
REFERENCIAS
ZABALZA,
Miguel. Qualidade em Educação Infantil. Trad. Beatriz Affonso. Porto Alegre.
Ed. Arte Med, 1998.
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